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Resumo:

A maioria das pessoas que sofre de ansiedade apresenta dificuldade em imaginar-se a si próprio em situações que contém um possível desafio, sem ser com sofrimento, desespero e ansiedade.

É como se a pessoa ansiosa, só tivesse um padrão de resposta possível para lidar com situações desafiantes.

Parece que ser que as “respostas ansiosas” são a única possibilidade a considerar como caminho para responder às exigências da vida.

Costuma-se dizer que se a pessoa não é a sua ansiedade. Podemos ainda considerar que a pessoa com ansiedade não é a sua medicação.

Mas, então quem é que está “a liderar a resposta”?

Se a tua resposta ansiosa não é mais funcional, se não te acrescenta significado e valor à tua vida, então este artigo é para ti.

O objetivo deste artigo é despertar a consciência da pessoa que sofre de ansiedade, a fim de ajudar a identificar as razões mais profundas pelas quais deve reabilitar as suas respostas ansiosas, transformado estas em respostas mais funcionais que acrescentem maior qualidade de vida.

O Dilema da pessoa com ansiedade

Para que as respostas ansiosas possam dar lugar a respostas mais equilibradas, uma grande parte da população mundial recorre a medicamentos.

A OMS estima que após o surgimento da covid19, a prevalência da ansiedade e da depressão aumentaram, tanto a nível mundial (25 %), como a nível nacional (20 %). Este aumento da prevalência indica-nos que para além das pessoas que já padeciam de ansiedade, a pandemia veio acionar novos caso de quadros e respostas ansiosas.    

Considera-se que uma resposta ansiosa é:

  • necessidade em antecipar acontecimentos geralmente com conotação negativa e dramática;
  • necessidade em controlar situações que deixam a pessoa vulnerável, a fim de ganhar alguma segurança;
  • necessidade em distanciar-se das suas próprias emoções, como forma de defesa contra o sofrimento;
  • necessidade em manter-se isolad@ no seu próprio mundo de forma protegida, a fim de evitar tomar contacto com situações que despertem episódio traumático.

Por todos estes motivos, uma das razões que levam as pessoas com ansiedade a decidirem a recorrerem a psicofármacos, tem essencialmente a ver com o facto das pessoas sentirem que a sua resposta à ansiedade não está a ser efetiva, eficaz e adaptativa sobretudo quando a resposta ansiosa é maioritariamente perturbadora.

Assim, a medicação acaba por amenizar o efeito da resposta ansiosa.

Tal pode ser necessário, a fim de que a estrutura de personalidade não se desorganize que a sua vida quotidiana seja totalmente afetada.

A nível físico, é importante para a pessoa com ansiedade conseguir organizar o seu dia-a-dia, tal como:

  • descansar o suficiente
  • levantar-se a horas para ir trabalhar
  • cumprir os seus compromissos
  • deslocar-se
  • expor-se às solicitações do mundo exterior em geral

A nível psicológico, por vezes as emoções mais perturbadoras ficam “anestesiadas” para que seja possível continuar a estabilizar-se:

  • gerir o estado de humor de forma estável
  • atenção medianamente focada nas tarefas e metas diárias
  • manter estáveis pensamentos e emoções
  • gerir crenças acerca de si mesmo.

O dilema das pessoas que sofrem de ansiedade reflete-se sobretudo na questão que colocam quando estão medicadas e não sabem se a sua resposta ao mundo é resultado da ação da medicação sobre os sintomas da ansiedade, ou se é consequência do facto das suas emoções mais perturbadoras estarem controladas e algumas vezes “anestesiadas”.

A qualidade de vida das pessoas com ansiedade e medicadas contém um equilíbrio relativo: por um lado a medicação, assegura que padrões de sono, do humor e do controlo das emoções se mantenham estáveis; mas por outro lado, a expressão das emoções mais intensas, dos afetos mais genuínos e da manifestação da líbido são suprimidas, neutralizadas ou apagadas pelos psicofármacos.

Ainda assim, existem períodos em que as pessoas com elevados níveis de ansiedade têm que optar por esta solução.

Precisar de medicação para ajudar a pessoa a reconstruir-se após um evento traumático, não é em si negativo; permanecer medicado durante muito tempo tendo a expetativa de que o psicofármaco resolverá o conflito e a luta interna (seja devido a perdas, lutos, provações da vida ou vínculos abusivos) é uma expetativa irrealista que muito custará à pessoa e às pessoas com quem se relaciona.

Paralelamente, existe ainda uma outra limitação acerca da medicação: com o passar do tempo a dose que garantia que os efeitos indesejáveis da ansiedade fossem minimizados, deixa de fazer efeito.

Isto leva a dois possíveis cenários: ou o paciente melhora a sua condição e a resposta às solicitações do meio, volta ao “dito” normal. Ou então, a dose terá que aumentar para que o paciente continue estável.

Para evitar que a dose de psicofármacos não tenha que continuar a escalar, ao ponto de se converter num placebo (ou seja até ao ponto em que o medicamento deixa de fazer qualquer efeito), contendo apenas a sugestão “mágica” de que “quando tomo sei que não fico ansios@, sei que nada de mal me vai acontecer”, existe uma janela de tempo útil que a pessoa deve investir com comprometimento.

Essa janela de tempo é extremamente útil pelo fato de que o tratamento da ansiedade pode residir na medicação, mas também na qualidade das respostas adaptativas que coloca em prática em termos de exercício físico (estar mais presente no corpo e no chamado Aqui e Agora), maior participação e envolvimento em eventos comunitários (sensação de pertença) ou no desenvolvimento de um projeto que desperte a sua esperança (confiança no Eu futuro).

Para além da fé na pílula que a ciência desenvolveu ao longo dos anos, é imperioso que a pessoa se capacite a si própria e potencie a sua reabilitação como ser que ressurge após as cinzas, como o mito da Fénix Renascida.

O objetivo deste artigo é despertar a consciência da pessoa que sofre de ansiedade, a fim de ajudar a identificar as razões mais profundas pelas quais deve reabilitar as suas respostas ansiosas, transformado estas em respostas mais funcionais que acrescentem maior qualidade de vida.

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5 erros mais comuns que te impedem de mudar o teu estado ansioso

ERRO 1: IDENTIFICAR-SE SEMPRE COM A RESPOSTA ANSIOSA

Isto acontece sobretudo porque a pessoa ansiosa coloca em prática a única resposta que acha que conhece!

Faz parte de um hábito, de um padrão de comportamento habitual, de crenças que estão contidas num molde que aparentemente se situam na sua zona de conforto.

Saber como estar na situação, mas com outra crença, com outro tipo de atitude e outro tipo de comportamento, é totalmente desafiante e a pessoa não CONSEGUE imaginar outro tipo de reação.

Provavelmente ser a pessoa que é, mas sem ansiedade é AINDA mais DESAFIANTE e DESCONHECIDO do que ter ansiedade.

Aqui está uma zona de conforto sempre num equilíbrio delicado!

ERRO 2: ACEITAR QUE JÁ NASCEU ANSIOS@

Provavelmente já tiveste a oportunidade de ver um bebé recém-nascido a dormir.

Na sua expressão facial e corporal tudo parece tranquilo: a pele do rosto está distendida, os músculos das maçãs do rosto e dos olhos estão totalmente descontraídos, o ritmo respiratório compassado faz com que o corpo do bebé expanda na fase da expiração e recolha um pouco na fase da inspiração. A cena parece a de uma dança!

O bebé ainda não teve tempo de assimilar crenças negativas, não há lugar para percepções distorcidas e apenas segue o fluxo do ritmo do seu sono, da sua necessidade de contacto físico e emocional com as figuras parentais e da sua necessidade de alimento. 

Por isso é importante que desinstales esse pensamento de já nasci ansios@.

Para que a ansiedade se instale é necessário que determinadas associações inconscientes (insights) gerem crenças irrealistas e padrões de comportamentos disfuncionais que te fazem reagir de uma determinada forma.

Tal como qualquer software pode ser instalado e o processamento de informação permite que determinadas sequencias de operações sejam efetuadas, também esse mesmo software pode ser melhorado ou reprogramado.  Por isso, a passagem do estado ansioso para o estado mais calmo e fluído, também se adquire.

Segundo o Dr. Joe Dispenza (autor de Como Criar um Novo Eu) novas respostas dão origem a novas sinapses no cérebro. Novas respostas abrem novos caminhos neuronais perante a realidade por isso se diz que a neuroplasticidade do cérebro humano é muito grande e está subaproveitada.

ERRO 3: ASSUMIR QUE A MEDICAÇÃO “APAGA” EMOÇÕES E ASSOCIAÇÕES TRAUMÁTICAS A EVENTOS PASSADOS

O autor Eckart Tolle escreveu o livro intitulado O Poder do Agora e descreve um conceito muito importante dirigido às pessoas que sofreram eventos traumáticos no passado aos quais ainda estão presos mediante a dor.

O autor denomina esse estado permanente de “corpo de dor”.

O “corpo de dor” refere-se à dor e ao sofrimento intermitente que acompanha o sujeito ao longo da vida.

Este “corpo de dor” é vivenciado como um estado permanente e a pessoa sente-se sempre vítima dos acontecimentos e das circunstâncias que marcaram o seu passado.

Este estado assumido como permanente e do qual acha que não consegue escapar, faz sentir à pessoa com ansiedade que esta condição predefine ou pré-determina a sua felicidade pessoal.   

Nesta perspetiva, a pessoa que padece de ansiedade associa que só algo externo a si, pode aligeirar a dor, sobretudo porque a tentativa para lidar com a dor (psicológica e física) se tornou inglória.

Qualquer solução auxiliar externa é bem-vinda.

Em certos casos, é com certeza, um alívio para o seu estado ansioso.

Contudo, esperar que os psicofármacos “apaguem” e desconstruam as associações negativas que ainda ligam a pessoa à dor ao passado é uma ilusão.

Se a pessoa se sente incapacitada para lidar com altos níveis de dor que provoca sofrimento e ansiedade, então ela deve considerar a possibilidade de solicitar ajuda profissional para trabalhar competências que favoreçam a autorregulação desse novo estado.     

O trabalho interno passa por descobrir como essas associações AINDA estão ativas e qual o fio condutor entre as crenças atuais e a forma como a mente processou o trauma seja sob a forma de emoções, sensações, imagens, cheiros, etc.

ERRO 4: NÃO DISTINGUIR SE O QUE ESTÁS A PENSAR DE TI PRÓPRI@, CORRESPONDE À PESSOA QUE TU ÉS!

De acordo com Sigmund Freud (considerado o pai da psicanálise), a parte inconsciente da mente não distingue “antes” e “depois”.

Esta parte da mente acredita que os pensamentos são realidades.

Os pensamentos que vêm à mente inconsciente da pessoa ansiosa não são apenas sobre a percepção do mundo exterior.

Na verdade, são alimentados por gatilhos mentais que despertam medos.

A capacidade em distinguir o real do que se passa internamente fica, por momentos em suspenso, à medida que a ansiedade aumenta.

Um simples acontecimento começa a ser visto de uma forma intensa, dramática onde predomina o medo de que algo de mal aconteça (cenário catastrófico), como uma espécie de autoprofecia de que obrigatoriamente algo de mal tem que acontecer.

Essa autoprofecia associada a um destino trágico, contém crenças negativas acerca de si própri@. Um exemplo disso é se eu me sinto sempre frágil e com medo, sou fraco e por isso só coisas más me podem acontecer!

A percepção distorcida de si é alimentada pelo medo de que volte a acontecer o mesmo evento traumático e pelo que AINDA escolhe acreditar sobre si, a partir daquilo que sucedeu.

Por isso é superimportante distinguir dois pontos importantes, a fim de sair deste enredo:

– será que o que te estás a dizer a ti mesm@ é APENAS resultado do teu estado de ansiedade (é só uma percepção momentânea) ou é uma realidade?

– o que quer que te tenha sucedido no passado, aconteceu por tua causa ou para te trazer aprendizagem e encarar um aspeto que desconhecias sobre ti mesm@?

ERRO 5: NÃO SABER FAZER UMA QUEBRA DE ESTADO EM TEMPO ÚTIL

Tal como “abortar” qualquer missão de risco com sucesso faz-se ainda em terra, também a ansiedade se pode deter quando se posiciona em níveis considerados baixos.

Para isso é imprescindível estar atento aos indícios.

Indícios de ansiedade apresentam-se antes dos sintomas.

O reconhecimento dos indícios requer atenção aos sinais do corpo, para que possam ser detetáveis em tempo útil.

Dar atenção aos sinais que o corpo dá acerca de algum desconforto interno, não significa que a pessoa tenha que estar hipervigilante aos “ruídos” internos do corpo, para não desenvolver sintomas de hipocondria.

O Body Scan permite que em silêncio a pessoa faça uma pausa para checar se existe alguma espécie de desconforto, incómodo muscular e se algo pode ser feito para minorar os efeitos de uma má postura.

Por exemplo, se uma pessoa ansiosa tende a contrair bastante a zona dos ombros, pescoço e costas, logo a rigidez muscular instala-se e gera um estado permanente de tensão e de alerta.

A pessoa fica exposta ao stress de forma prolongada e vulnerável a doenças.

Por este motivo, importa apostar na prevenção. Prevenir é agir em tempo útil, cultivando momentos para respirar de forma consciente. Este vídeo contém indicações sobre como efetuar a respiração consciente.

Exercício de Respiração Consciente Passo a Passo

Qual o tratamento mais eficaz para a ansiedade: um tratamento mais individual ou mais coletivo?

Por toda a complexidade inerente ao ser humano, a forma como a sua mente funciona e a forma como o humano escolhe relacionar-se com a sua mente e com os dados que esta lhe apresenta, o tratamento da ansiedade requer uma nova abordagem.

Ultrapassando a questão sobre a eficácia das abordagens no tratamento dos quadros ansiosos (sejam eles mais analíticos, comportamentais ou existenciais), a perspetiva como escolhemos olhar para o que poderá ser efetivo no tratamento da ansiedade do ser humano deve ser mais ampla.

E porquê?

Porque os últimos acontecimentos vividos a nível global, exigiram das pessoas respostas demasiado rápidas e com grande impacto na vida das populações mundiais, sobretudo no que se refere à sobrevivência.

Por isso, qualquer tratamento, qualquer abordagem deve considerar que cada vez mais o paciente que se senta à nossa frente e procura ajuda, não vem só e acompanhado apenas pela sua ansiedade.

O paciente vem acompanhado do seu historial pessoal, das suas crenças pessoais e familiares, dos seus hábitos e do seu contexto laboral, familiar, relacional e económico.

Para além da abordagem holística é necessária uma abordagem sistémica: afinal o ser humano é um ser que está inserido dentro de várias caixas ao mesmo tempo…um sistema dentro de outro sistema…

Se a sociedade atual é educada sob a síndrome do pensamento acelerado como refere Augusto Cury, psiquiatra brasileiro, então a consciência de que o tratamento da ansiedade terá que ser efetuado de forma mais ampla e completa, para que o paciente se sinta que a sua ansiedade é parte de um todo e que como sujeito pode tomar ação sobre esse mesmo todo no qual ele habita.

Talvez assim paremos de dizer que os maus pensamentos e ações dos outros não nos afetam; quando na realidade talvez queiramos dizer que os maus pensamentos e ações dos outros não nos definem!

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Resumo:

A maioria das pessoas que sofre de ansiedade apresenta dificuldade em imaginar-se a si próprio em situações que contém um possível desafio, sem ser com sofrimento, desespero e ansiedade.

É como se a pessoa ansiosa, só tivesse um padrão de resposta possível para lidar com situações desafiantes.

Parece que ser que as “respostas ansiosas” são a única possibilidade a considerar como caminho para responder às exigências da vida.

Costuma-se dizer que se a pessoa não é a sua ansiedade. Podemos ainda considerar que a pessoa com ansiedade não é a sua medicação.

Mas, então quem é que está “a liderar a resposta”?

Se a tua resposta ansiosa não é mais funcional, se não te acrescenta significado e valor à tua vida, então este artigo é para ti.

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