Como cheguei até este mundo e como que este caminho ajuda as pessoas a escolherem a Vida.
Resumo: Uma constelação familiar permite aceder ao mapa das emoções e dos enredos no momento. Através de simples figuras, estas permitem tomar consciência sobre o valor simbólico dos papéis simbólicos que elas representam.
Olhar para esse mapa dá ao cliente a possibilidade de materializar uma realidade interna que muitas vezes não consegue discernir.
Fazer a ligação entre o que se está a representar nas figuras e o seu mundo interno é a chave para reconhecer o que se passa consigo e com o seu sistema familiar.
No momento exato que o enredo familiar é visto e reconhecido, então facilmente o cliente trabalha e transforma o que carrega há tanto tempo dentro de si.
Assim, o cliente está pronto (se assim for a sua vontade), para se libertar e evoluir!
Tempo estimado de leitura: 10 min (aprox.).
Quando respeitas a ordem dos que chegaram ANTES de ti, quando incluis TOD@s os que pertencem ao sistema e Dás e Recebes com reciprocidade, então a Saúde e a Abundância mora no teu Sistema familiar.
Como foi a minha experiência pessoal no mundo das Constelações Familiares
As constelações familiares chegaram à minha vida em 2008, na altura em que participei no workshop que era aberto ao público em Lisboa.
Achei a experiência foi muito curiosa!
Nessa altura encontrei nesse workshop, um facilitador com um grupo de pessoas que não se conheciam.
As pessoas presentes podiam colocar um tema, caso assim desejassem.
O tema referia-se ao problema que causava maior preocupação à pessoa naquele momento e que no fundo era a razão de estar ali a partilhar a sua dificuldade, impasse ou dilema.
Com o consentimento do participante, o tema era apresentado ao facilitador e ao grupo.
Caso o participante não quisesse expor o seu Tema poderia também fazê-lo.
A esta opção em particular dá-se o nome de Constelação Anónima ou Constelação Aberta.
O papel do facilitador é atribuir um papel aos participantes, também chamados representantes, os quais podem ter o papel de pai, de mãe, ou de uma forma mais simbólica podem representar o papel de projeto, de liberdade, de sucesso ou doença.
As pessoas encarnavam esse personagem ou metáfora representando esse papel.
Pedia-se aos sujeitos que confiassem no Campo…no campo energético que se gera quando as pessoas que reúnem na intenção de se colocarem ao serviço da Constelação Familiar e de Algo Maior que elas.
E com essa disposição, a informação sobre a pessoa a representar pode ser acessado.
Ruppert Sheldrake, biólogo e etólogo britânico designa este campo energético como Campo Mórfico ou Campo Morfogenético ou Campo M.
Através de sensações físicas ou sob a forma de pensamentos, palavras ou até imagens, R. Sheldrake esclarece que o indivíduo consegue acessar à memória do sistema.
No desenrolar da própria constelação, os representantes descrevem sentimentos e sensações corporais, demonstrando ter acesso a determinados aspetos sobre traços de comportamento dos representantes que desconhecem.
Portanto, era como se eles dessem vida a esses representantes que eram importantes para a compreensão do problema do cliente.
Confesso que na altura fiquei bastante intrigada, pois não percebia como é que pessoas desconhecidas, tinham acesso a essas informações inconscientes.
Com o tempo compreendi que quando estamos em contacto com alguém (mesmo que seja alguém desconhecido), os nossos neurónios-espelho conseguem decifrar a linguagem não verbal do outro e descodificá-lo.
O emissor (neste caso o cliente) conserva informações inconscientes sobre o seu sistema familiar e envia a mensagem ao recetor através de uma linguagem não verbal.
Esta passagem de informação ocorre através do olhar e em silêncio, gerando-se uma ressonância. Quantas vezes na presença de pessoas de estranhos, a presença do outro nos conduz a um determinado estado?
A esta ressonância gerada dentro da dinâmica da constelação, designa-se como ressonância mórfica.
Esses estados podem conduzir os representantes a estados de maior pesar como seja a tristeza, ou a estados de maior tranquilidade e leveza.
Tudo isto pode ser feito sem dizer uma única palavra.
Ou seja, com o devido consentimento podemos ter acesso a dados conscientes e inconscientes do outro.
Mesmo que árduo, o caminho faz-se caminhando!
Em 2014, tive uma crise pessoal a qual me fez aproximar das constelações familiares.
Este contacto permitiu-me ter um melhor entendimento sobre a saúde mental, na qual por vezes não se investe o suficiente e que na verdade é um longo caminho feito por etapas.
Etapas essas que são acessadas por camadas e que vamos aprofundando em torno de um tema que nos é significativo e está de acordo conosco, com o grupo de pessoas com que nos relacionamos e com as pessoas que escolhemos para nos ensinarem a lição mais difícil de aprender.
Nessa busca pelo meu bem-estar fui ganhando coragem e senti que os sintomas facilmente iam aliviando e em determinado momento desapareceu
Em 2015, recebi um convite então do constelador que realizou o workshop em 2008, mas desta vez o workshop de 3 dias realizava-se em Ávila, Espanha.
Tivemos o privilégio de conhecer o fundador das Constelações Familiares, Bert Hellinger conjuntamente com a sua esposa Sophie Hellinger.
Neste encontro, falava-se exatamente sobre os Tempos de Crise e obviamente nada acontece por acaso.
Nesse workshop, Bert e Sophie Hellinger fizeram-nos um convite para ir à Alemanha em Abril.
Todos os anos era organizado um retiro por uma equipa de consteladores que integram a Hellinger Schülle durante uma semana.
No fundo, tratasse de um treino intensivo para que os futuros consteladores trabalhem os próprios os seus temas e tenham a oportunidade de vivenciar a constelação na qualidade de representantes.
Esta experiência enquanto paciente e enquanto psicóloga, melhorou consideravelmente a minha forma de estar e de ser e também da forma como organizava as sessões de psicologia.
Que Benefícios pode trazer uma sessão de Constelações Familiares?
Comecei a sentir-me mais confiante, a permitir-me fluir com a vida e estar bem onde quer que estivesse.
A escolha de viver como alguém responsável pelo seu próprio Destino, tornou-se possível; entendendo que existe outra narrativa que não a de ser vítima das circunstâncias que tantas vezes escolhi de forma inconsciente.
Depois dessa altura comecei a interessar-me pelas Constelações Familiares, a nível profissional. Fiquei apaixonada pelo potencial que oferecem a quem perdeu a esperança nos seus projetos pessoais, a falta de confiança em si e a até da falta de serenidade na hora do descanso.
Agora compreendo melhor a minha história pessoal.
Os clientes iam-me relatando melhorias bastante significativas em si própri@s e nas suas relações com os seus familiares.
A coisa que mais intriga os participantes nas Constelações familiares
Compreendo agora que apesar das pessoas não se conhecerem, os representantes encarnam uma personagem, acedendo às informações necessárias como se fosse uma cloud de informação como aquela que temos no nosso email.
Essa cloud ou memória do sistema ou campo mórfico permite que informações inconscientes sejam descodificadas pelos neurónio-espelho dos representantes.
Essa informação contém crenças limitantes sobre nós mesmos e sobre a forma como estes, geraram os nossos enredos familiares.
Os enredos familiares correspondem a padrões de comportamento que herdamos do nosso sistema familiar ancestral.
Alguns desses padrões de comportamentos seguem as leis e regras do clã familiar durante muito tempo.
Apesar de que essas regras instituídas na família ao longo das várias gerações causem sofrimento, desespero, insucesso ou dor; elas têm um papel protetor e são seguidas sem serem questionadas (amor cego).
Descodificar os enredos familiares pode fazer toda a diferença!
Assim, em diversas gerações podemos encontrar eventos trágicos que se repetem continuamente até o que sistema familiar possa olhar para o padrão ou para um sintoma e por sua vez o possa aceitar.
Por vezes esses acontecimentos trágicos podem ter sucedido em torno de uma determinada data e ocorrido sucessivamente todos os anos (síndrome de aniversário).
São os enredos familiares que motivam os clientes a recorrer a uma sessão de constelação familiar.
O desejo do cliente que vem até à sessão de constelação familiar não se reduz apenas a uma procura de uma melhoria individual.
É antes um apelo, uma afirmação definitiva de que não é possível viver mais seguindo os padrões instituídos pela família ancestral e é urgente rever a lealdade inconsciente.
Muitas vezes é por lealdade inconsciente que determinados elementos da família carregam uma determinada doença, sobretudo se os sintomas e o quadro forem semelhantes.
Por amor ao sistema, esses indivíduos estão em espelho…pois padecem do mesmo e carregam o mesmo mal-estar.
Daí que seja importante atender à solicitação individual do cliente.
Contudo essa solicitação é mais profunda e engloba o funcionamento da dinâmica familiar.
Os motivos pelos quais o cliente solicita uma sessão de constelação familiar contém sempre temáticas que fazem as pessoas sofrerem e entre os vários motivos encontramos:
comportamento aditivo (vícios) e autodestrutivo (acidentes), abortos, suicídios, doenças graves e terminais, falta de prosperidade e busca de propósito.
A abordagem transformadora que a Constelação Familiar propõe
Este olhar mais abrangente que a constelação familiar propõe corresponde a uma visão do sofrimento humano que vai além do juízo de valor.
O sofrimento que o cliente relata não acontece apenas para o fazer sofrer.
Está presente para que ele ou ela possa fazer uma leitura mais ampla e o entenda como algo que está a despertá-lo/a para uma outra realidade.
Esse despertar deve ser visto, reconhecido e integrado para Bem de todo o sistema. Sobretudo porque sabemos que os conteúdos omitidos, escondidos com caráter secretista, tendem a repetir-se com maior gravidade em futuras gerações.
Quando o cliente reconhece que algo aconteceu não apenas para magoar, mas sim para crescer e se fortalecer, então uma fraqueza converter-se e transformar-se numa força libertadora.
Ao aceitar e reconhecer essa dor, o padrão deixa de se repetir…simplesmente porque já não há oposição. O cliente pode fluir com a Vida, com a Abundância e com a Prosperidade (a qual é mais do que ter acesso a recursos materiais).
O sistema fica livre de repetições de destinos trágicos.
Com a constelação é possível desapegar-se de velhos padrões e aceitamos que a saúde é algo mais global.
A saúde (física, mental ou espiritual) de uma pessoa dentro do sistema afeta todo o sistema.
As ordens que orientam e equilibram as relações humanas potenciam bem-estar e ligação a Algo Maior
Dentro de cada sistema, o equilíbrio é algo delicado. Existem diversos sistemas para além do sistema familiar: o trabalho, a empresa, o Planeta Terra, desde o sistema solar até ao interior de uma célula.
Por isso os princípios orientadores que nos indicam que os sistemas estão em desequilíbrio são:
– a ordem: cada elemento da nossa família ocupa o lugar que lhe corresponde; e nós entendemos que antes de nós, outros chegaram. Esta condição deve ser respeitada e não suprimida. Neste caso, referimo-nos aos nossos ancestrais e aos dons que eles nos confiaram e o Maior Dom que é o Dom da Vida, a qual recebemos graças a eles;
– a pertença/pertencimento: todos os elementos têm um lugar e pertencem a um determinado sistema. Mesmo aqueles que foram excluídos (relações extraconjugais), esquecidos (combatentes de guerras) ou anónimos (parentes que se perderam fora do País). Quando os incluímos também somos incluídos. Na inclusão, todos são vistos, reconhecidos e valorizados. Se essa pessoa assume o seu lugar, previne-se que alguém se identifique de novo com o excluído e repita o mesmo enredo;
– a reciprocidade entre o “dar e o receber”: a troca dentro do sistema tem que ser recíproca, equilibrada e na medida certa. Quando esta condição não se verifica nada prospera! Em tudo na Vida, até mesmo o dar e o receber é um fluxo constante gerador de Vida.
Que tipos de sessões existem?
O cliente pode experimentar uma sessão de constelação familiar sob vários formatos:
– presencial e de forma individual;
– online e individual;
– presencial e na presença de um grupo;
– online e na presença de um grupo.
Que tipos de metodologias são possíveis?
Existem ainda várias metodologias dentro da constelação familiar:
– constelação de caráter mais artístico, n qual a pessoa recria as figuras que são os representantes (sobretudo nas sessões individuais) com materiais mais alternativos (reciclagem de potes de vidro, pedaços de tecido para fazer as roupas ou dar determinadas caraterísticas específicas: cabelos, bigode, óculos, etc);
– constelação familiar assistida por animais (cavalos);
– constelação familiar na água;
– constelação familiar integrada na sessão de hipnose regressiva;
– constelação familiar integrada na sessão de brainspotting.
– autoconstelação.
Como decorre uma sessão de constelação familiar?
Durante a sessão, o facilitador observa os representantes como se olhasse para dois jogadores de xadrez.
Apenas observa o movimento de cada representante de forma atenta e totalmente presente.
Após o desenrolar da constelação familiar, faz-se a leitura dos movimentos, das sensações e das micro-expressões.
A observação sem julgamento permite observar aquilo que os representantes estão a contar sobre o enredo e bloqueios da pessoa que coloca o tema.
Em 2015, Sophie Hellinger referiu que todo o problema contém uma solução, logo a constelação familiar também apresenta-nos as possibilidades de resolução…se ultrapassarmos o nosso orgulho.
Na sessão individual, o terapeuta está centrado no cliente e as figuras de Playmobil permitem a representação de elementos importantes para a compreensão do tema apresentado.
Se na sessão individual a figura de Playmobil tem um valor simbólico.
Nas sessões de grupo são as pessoas do grupo que se oferecem para entrar na pele do representante.
Os papéis atribuídos aos representantes ou personagens da constelação são designados pelo facilitador.
À medida que os representantes vão sendo colocados dentro do espaço onde a constelação se vai desenrolar, o facilitador vai observando reações e solicitando feedback aos representantes.
No online, existem várias plataformas que permitem representar as figuras de Playmobil e à semelhança do que se passa presencialmente e é dada a oportunidade ao cliente para movimentar os representantes.
Considera-se que é relevante o quadrante onde o cliente coloca as peças, assim como os sentimentos e imagens invocadas durante a realização da sessão.
Este formato consegue quebrar limitações geográficas e na pandemia contribuiu para que os clientes pudessem colocar os seus temas e ressignificar a sua ansiedade, medo ou desespero.
A constelação familiar é uma técnica que acrescenta muito valor e oferece soluções mais profundas capazes de mover o cliente em direção à sua verdade pessoal, a qual é essencial para a sua felicidade pessoal, social, familiar, espiritual e coletiva.
Resumo: Uma constelação familiar permite aceder ao mapa das emoções e dos enredos no momento. Através de simples figuras, estas permitem tomar consciência sobre o valor simbólico dos papéis simbólicos que elas representam.
Olhar para esse mapa dá ao cliente a possibilidade de materializar uma realidade interna que muitas vezes não consegue discernir.
Fazer a ligação entre o que se está a representar nas figuras e o seu mundo interno é a chave para reconhecer o que se passa consigo e com o seu sistema familiar.
No momento exato que o enredo familiar é visto e reconhecido, então facilmente o cliente trabalha e transforma o que carrega há tanto tempo dentro de si.
Assim, o cliente está pronto (se assim for a sua vontade), para se libertar e evoluir!
Tempo estimado de leitura: 10 min (aprox.).
