Resumo:

Neste artigo vais compreender o que é o autocuidado e porquê é tão importante respeitá-lo, uma vez que a tradução correta de uma necessidade interna se torna essencial antes que a ansiedade escale demasiado.

Vais poder desmistificar as razões pelas quais as estratégias que habitualmente usas, não estão a ser eficazes na redução da tua ansiedade.

Apresento-te de seguida estratégias para manteres a tua energia e foco positivo e capaz de dares o melhor de ti, mesmo na adversidade.

Tempo estimado de leitura: 10 min.

O que é o auto-cuidado?

O autocuidado engloba uma série de atitudes e comportamentos que te ajudam a garantir o teu bem-estar, seja ele físico, mental, emocional e até mesmo espiritual (conexão com Algo Maior).

Para que possas colocar em prática o autocuidado, tens que desenvolver a capacidade de te saberes observar a ti mesm@, com o intuito de saberes interpretar corretamente os sinais que o teu corpo envia ao teu cérebro.

A tradução correta de uma necessidade interna, torna-te consciente dos teus limites pessoais, mas também do teu valor enquanto pessoa.

Sabes quando sentes um desconforto nas costas e ajeitas a tua postura, antes que se torne uma dor difícil de suportar?

Passo 1:

Ajustes previnem que a tua dor se torne intolerável.

Este exemplo refere-se ao bem-estar do corpo.

O corpo é o veículo onde se ancora a nossa mente e espírito, então ele é deveras um transporte valioso que deves aprender a decifrar com inteligência.

Mas o autocuidado também se pode estender a aspetos mentais e emocionais, que neste caso, exigem que estejas atent@ a algo imaterial e por isso talvez mais difícil de decifrar.

Ainda assim, a nível mental é bom poder observar a qualidade dos pensamentos.

São eles que te vão permitir avaliar a qualidade do teu diálogo interno, o qual reúne uma série de pistas muito válidas.

Entre essas pistas reside a diferença entre olhar para uma necessidade ou para uma exigência passageira ou atender a uma necessidade interna inadiável.

Muitas vezes, atendemos exigências internas que nos roubam a energia, em vez de respondem a necessidades que devíamos obrigatoriamente colocar em primeiro lugar.

Assim, se o teu mundo externo te dita a forma como tu gastas a tua energia, então talvez seja tempo para pensares a que coisas estás a focar a tua atenção.  

Se as exigências do teu mundo externo comandam o teu tempo e o teu estado emocional, então talvez seja O momento certo para te preguntares a ti o seguinte: quem tem o poder e a responsabilidade de escolher aquilo em que te focas e que não te acrescenta valor.

O autocuidado exige que desenvolvas um critério, uma definição dos teus limites e que não é passível de ser copiado por outra pessoa.

Tens que ser tu a definires que coisas te acrescentam valor, caso decidas dar-lhes atenção.

Achar esse “filtro” ou “limite” é o desafio que o teu bem-estar precisa JÁ!

Passo 2: O teu autocuidado não é negociável. Só tu podes definir o teu limite.

Que pessoa te conhece melhor do que tu? SABER É PODER!

E quando praticas uma modalidade física, já não é mais eficaz para reduzir a ansiedade?

Ir ao ginásio, praticar uma modalidade, fazer exercício ao ar livre são atividades que dignificam a saúde do corpo e da mente.

Todas estas possibilidades trabalham o corpo e melhoram a bioquímica que circula no nosso corpo. Dopamina, serotonina e endorfinas, melhoram consideravelmente o estado de humor e ajudam a controlar os níveis de ansiedade.

Contudo, pessoas mais ansiosas relatam que a prática de uma modalidade, por vezes não ajudar a parar definitivamente a ansiedade. Isto significa que a ansiedade já se instalou.

Esta observação é válida sobretudo para aquelas pessoas que já praticam um desporto, digamos assim em “piloto automático”. Caminhar, correr ou andar de bicicleta, já não contribuem para a redução da sua ansiedade e a calma não a consegue substituir.

Ao invés de reduzir ou parar, a ansiedade continua a escalar.

loop mental ou seja, de excesso de pensamentos repetitivos (em inglês, o chamado overthinking), é um desses sintomas que não são visíveis fisicamente e que tantas vezes mobilizam crenças negativas acerca de ti própri@.

Uma alternativa apontada por alguns pacientes que decidem escolher uma atividade ou tarefa mais dinâmica, parece ser mais efetiva.

Esta escolha consciente é possível graças à observação da experiência. Poder observar como o corpo, a mente e o espírito reagem em conjunto é importante e surge na sequência de te permitires descobrir por “tentativa-erro” como é que o corpo reage às coisas que te dizes enquanto mergulhas na experiência. Para isso é necessário estar bem presente, focado no momento constante.

Por vezes é melhor optar por um conjunto de desafios físicos novos dentro das modalidades que habitualmente praticas.

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Passo 3: O cérebro das pessoas ansiosas, apesar de temer a incerteza, precisa de novos desafios.

Os novos desafios fazem com que novas sinapses aconteçam no sistema nervoso e o processamento da informação ganha um novo significado. Ou seja, uma atividade repetitiva tem que ser reinventada para que o cérebro atribua um novo significado à experiência (neuroplasticidade).

Em regra geral, quando te colocas novos desafios e te permites experimentá-los (mesmo que não sejas perfeito na sua execução), a satisfação e o prazer traz um sentimento de apreço por ti própri@. Desta forma validaste o teu auto-valor, sem estares dependente de outro.  

Vale a pena falar com alguém para reverter um cenário catastrófico?

A capacidade de conexão com os outros é realmente importante uma vez que os seres humanos, por regra geral, somos seres gregários. Beneficias da perspetiva desapegada do outro e assim consegues “desativar” a força desse cenário catastrófico.

O cenário catastrófico é um dos sintomas da ansiedade mental, no qual estás sempre a antecipar que determinada ação terá no futuro, um desfecho negativo.

Por exemplo: Sempre que vou apresentar um projeto à minha equipa, penso que tudo vai correr mal e que toda a gente vai saber que estou nervos@.

Se ficares demasiado preso à ideia de que o outro sabe melhor do que tu para desconstruir esta antecipação negativa, estarás a neutralizar a capacidade de cuidares das palavras que te dizes antes da apresentação.

Por isso nesses momentos em que assistes aos teus cenários catastróficos, escolhe conversar contigo, dizendo-te que estás a ver um filme no cinema e que és apenas um observador. Esses cenários definem a pessoa que és ou são apenas espelho do teu medo de não atingir a perfeição, a apreciação da tua pessoa. A melhor forma de evitar o desconforto em relação à tua audiência é ter a coragem de conhecê-la antes da apresentação formal para criar conexão e derrotar na tua cabeça a assimetria que essa situação te traz.

Passo 4: Cria conexão com a tua audiência e reduz o medo de enfrentar o desconhecido

Em termos de autocuidado, criar a possibilidade de conhecer melhor o desconhecido e de descobri-lo como igual a ti, é um ponto chave. Ao mesmo tempo, se reconheceres a tua insegurança pessoal, então poderás calcular melhor o que precisas para conquistar a tua autoconfiança.   

Toda a gente te diz que deves focar-te apenas em coisas racionais da tua atividade profissional e esquecer o lado emocional das coisas que te afetam… mesmo assim ficas ansios@. Que raios é suposto fazer, então?

É um truque que muita gente usa, mas que não resulta sempre.

Os seres humanos foram desenhados (pelo menos a maior parte) para a conexão, sendo que o vínculo parental na infância e na adolescência serve de modelo para treinar a forma como nos ligamos aos outros.

Os vínculos parentais e familiares ajudam a desenvolver a afetividade. Se a expressão e verbalização dos afetos for constantemente reprimida, então a sensação de menos valia e de falta de afeto pode conduzir a uma negação do valor da pessoa.

Mesmo que não tenhas tido a melhor experiência na infância, aceita que o reconhecimento da tua própria vulnerabilidade é necessário. Também é a vulnerabilidade que nos torna mais autênticos e capazes para entrares em contacto contigo e com os demais, sem que para isso tenhas que aceitar todas as condições que outros te impõem, como se tu fosses um país sem limites e sem fronteiras.

Passo 5: A pessoa que sabe autocuidar-se é alguém que escolhe criteriosamente até onde os demais podem ir nas suas interações sociais…por isso é importante conheceres-te e definires o teu espaço interpessoal.

Por falar em estratégias…

É bom ouvir falar sobre autocuidado, mas como sabes qual é a “red line” para te autocuidares JÁ?

Aqui segue uma lista de sinais de quem não se autocuida:

– diálogo interno onde a baixa auto-estima está presente

– tens sentimentos de desvalorização pessoal constantes, mesmo que nada de negativo tenha acontecido

– excesso de preocupação de forma consistente e constante, como estado predominante

– muitas ideias negativas acerca de si próprio, dos outros e do mundo que o rodeia

– sensação de que falta sempre algo dentro de ti para te sentires válid@, merecedor@, realizad@ ou sentes que não pertences a nenhum lado.

De que forma, se distingue uma pessoa que se autocuida?

– uma pessoa que se valoriza é a companhia que queremos ter sempre por perto. Logo essa pessoa irradia e atrai pessoas semelhantes porque a própria se sente bem consigo própria. Ela valida-se em primeiro lugar a si e é um exemplo para os demais.

– uma pessoa que se autocuida, gosta de si e  inspira os demais a fazer o mesmo.

– uma pessoa que se autocuida vive de forma mais plena, em vez de encontrar fora a validação para o seu propósito.

– uma pessoa que se autocuida reduz significativamente a presença de pessoas tóxicas à sua volta e mantém um equilíbrio entre “brilhar demasiado” para as pessoas erradas e de menos para as pessoas que pode inspirar.

Quem se deve autocuidar?

Aqueles que cuidam e acompanham pessoas que por algum motivo estão doentes ou vulneráveis na sua condição física ou psicológica.

Aqueles que se isolam demasiado e sofrem demasiado de excesso de ansiedade em silêncio, sem que compreendam o que se passa consigo e que existe um tratamento

Aqueles que estão sujeitos a grandes níveis de desgaste físico e mental de forma constante e que se sentem como não reconhecidos seja no seu trabalho, seja na sua família.

Aqueles que pensam que desistindo das várias dimensões da vida, se sentem protegidas do sofrimento, quando na verdade promovem o seu próprio sofrimento porque é uma forma de se protegerem da dor, da rejeição ou do desapontamento.

Então, como sabemos que não nos autocuidamos corretamente?

Quando te privas demasiado de algo, barras as tuas necessidades.

Com o passar do tempo, em vez de ficares atent@ ao que precisas e desenvolveres os passos correspondentes para atender às tuas necessidades, passas a colocar de lado essa necessidade.

O cérebro decifra e traduz as necessidades, mas se nada for feito, o cérebro começa a ser treinado para ignorar a necessidade. Assim, emoções reprimidas contêm a chave para decifrar a ansiedade, uma vez que esta é uma consequência, uma resposta a um pedido não atendido e não considerado.

Demasiada ansiedade equivale a uma tradução não correta da tua emoção.

Se considerares o caso de uma cozinha de um restaurante, cujos pedidos ficam amontoados e impossíveis de responder devido aos inúmeros pedidos, com o passar do tempo o ambiente fica caótico. 

Reconhecer e sequenciar as necessidades dando uma ordem, seja por importância ou por prioridade é vital!

Que riscos corremos quando não nos autocuidamos?

-Os maiores riscos são para a saúde mental e física, sobretudo quando existe um transtorno de ansiedade, podem coexistir problemas alimentares, dificuldades emocionais e relacionais, e também conflitos laborais (síndrome de burnout).

A que sinais deves estar atento?

Deves prestar atenção a:

– ritmo respiratório alterado de forma constante;

– batimentos cardíacos alterados durante grande parte do dia;

– sensação de secura na boca ou de pele desidratada, mesmo que tomes água;

– sensação de sentimento de não pertença, de falta de valor, de defeito pessoal, sentimento de rejeição, ou estar fora da realidade.

Se estes sinais persistirem por mais de 6 meses, estes merecem atenção e cuidado de um profissional que poderá ajudar no desenvolvimento e implementação de estratégias para melhorar o teu autocuidado.

Afinal, se tu te autocuidares tu te bastarás!

Resumo:

Neste artigo vais compreender o que é o autocuidado e porquê é tão importante respeitá-lo, uma vez que a tradução correta de uma necessidade interna se torna essencial antes que a ansiedade escale demasiado.

Vais poder desmistificar as razões pelas quais as estratégias que habitualmente usas, não estão a ser eficazes na redução da tua ansiedade.

Vou-te apresentar estratégias para manteres a tua energia e foco positivo e capaz de dares o melhor de ti, mesmo na adversidade.

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